" Será que ainda resta tempo contigo ou já te levam as balas de qualquer inimigo...
Será que sou-be dar-te tudo o que querias ou deixei-me morrer lento nos dias...
Será que fiz tudo o podia fazer ou fui mais um cobarde , nao te quis ver sofrer...
Será que lá longe o céu ainda é azul ou já o negro cinzento confunde o norte com o sul...
Será que a tua pele ainda é macia ou é a mão que me treme sem ardor nem magia...
Será que ainda te posso valer ou já a noite descobre a dor que me encobre o prazer...
Será que é de febre este fogo, este grito cruel que da lebre fez lobo...
Será que amanha ainda existe para ti ou ao ver-te nos olhos te beijei e morri...
Será que lá fora os carros passam ainda ou estrelas cairam e qualquer sorte é bem vinda...
Será que a cidade ainda está como dantes ou cantam fantasmas e bailam gigantes...
Será que o sol se põe ao lado do mar ou a luz que me agarra é a luz do luar...
Será que as casas cantam e as pedras do chao, ou calou-se a montanha rendeu-se o vulcão...
Será que sabes que hoje é domingo, ou os dias nao passam são anjos caindo...
Será qe me consegues ouvir ou é tempo que perds quando tentas sorrir...
Será que sabes que te trago na voz, que o teu mundo é o meu mundo e foi feito por nós...
Será que te lembras da cor do olhar, quando juntos a noite não quer acabar..
Será que sentes esta mão que te agarra, que te prende com a força do mar cntra a barra....
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Não partas, nao me deixes sozinho...... "
Pedro Abrunhosa
